segunda-feira, 1 de julho de 2013

Parto domiciliar: Isso é possível?

Queridas blogueiras: bom dia!

Essa semana optei por abordar um tema, que embora fosse tradicional em nossa nação, não deixa de ser atual: A escolha pelo parto domiciliar planejado.


Esse cenário já pode ser visto em nossa nação, mas devido as transformações tecnológicas e médicas, o nascimento migrou do lar para o hospital.

Se fossemos pensar nas histórias de nossos antepassados, encontraríamos que o parto no domicílio era comum, o fator incomum no cenário do nascimento seria ir para o hospital. Isso porquê a ida ao hospital, ainda no início do século XX, caracterizava à essas mulheres e familiares um risco de vida, e muitas famílias se preparavam para o pior, pois frequentemente a mulher, a criança ou ambos morriam, em especial, pelas infecções hospitalares. Entretanto, na atualidade, invertemos esse ciclo, e muitas mulheres, familiares e a própria sociedade encara que a segurança para mães e bebês estão dentro do ambiente hospitalar.

Por conta disso, e a falta de políticas de saúde que contribua para essa forma de nascimento em nossa território, o número de partos domiciliares no Brasil não chega a 1%, a que isso se deve?! Talvez repressão do sistema de saúde que não oferece essa possibilidade à mulher; talvez ao sistema social e cultural que impera em nosso país, no qual o hospital é o local mais seguro para parir; talvez por desinformação da sociedade ou até pela legitimidade e políticas dos conselhos fiscalizadores de medicina, que não dão respaldo ético-legal ao profissional.

Após uma breve síntese de nossa realidade de nascimentos, abordo uma reportagem dirigida pela BBC sobre um estudo publicado no periódico British Medical Journal (Jornal médico britânico), o qual aponta que os partos domiciliares seriam mais seguros do que os hospitalares. Este estudo realizado por holandeses com 150 mil gestantes de baixo risco obstétrico, das quais 92.333 tiveram parto domiciliar e 54.419 atendimento hospitalar, entre os anos de 2004 e 2006, trouxe os seguintes resultados perinatais, dentre outros:

Risco de complicações graves: 1/1000 em partos domiciliares versus 2,3/1000 em partos hospitalares

Se primigesta (primeira gestação) e baixo risco obstétrico (sem patologias associadas), a necessidade de transfusão sanguínea ou tratamento intensivo foi mantido baixo 2,3/1000 em partos domiciliares e 3,1/1000 em partos hospitalares.

Se secundigesta (segunda gestação) os riscos decresceram ainda mais, pois foi avaliado as chances de hemorragia pós-parto: 19,6/1000 para partos domiciliares e 37,6/1000 para os nascimentos em hospitais. Taxas estatisticamente são significantes e merecem ser observadas!!!


 Os pesquisadores responsáveis ainda salientam que, na Holanda 20% dos partos são domiciliares, além de ser atendidos por parteiras treinadas e com rede de transportes eficientes para a transferência sempre que necessário.


Para maiores informações, deixo o link da BBC com a reportagem na íntegra: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/06/130614_partoscaseiros_riscos_fl.shtml


Frente à esse reportagens ficam algumas recomendações e indagações, todas as mulheres podem ter um parto domiciliar?



Atualmente, as equipes que atendem partos domiciliares seguem protocolos e diretrizes, no qual apenas as mulheres de baixo risco obstétrico, ou seja, são destinados àquelas mulheres que não apresentam patologias, ou que não façam uso de algumas medicações rotineira, ou apresentem algum fator de risco que inviabilize que o parto ocorra em sua residência. Entretanto, muita atenção, pois o parto natural pode ser tentando, porém, dentro de hospitais e centros de saúde que respeitam essa forma de nascimento.



Como são compostas essas equipes de parto domiciliares?

No Brasil, as equipes existentes podem ser formadas com profissionais médicos, mas em sua maioria são formadas por obstetrizes e enfermeiras obstétricas, carinhosamente conhecidas como parteiras urbanas, que passaram por uma graduação de 4 anos, no caso das obstetrizes, ou 4 anos de enfermagem e mais 2 de especialização em obstetrícia no caso das enfermeiras obstétricas. Além dessa formação, a maior parte dessas profissionais passam por cursos de certificação frente as urgências e emergências obstétricas, fato que aumenta a segurança quanto o nascimento no domicílio.
Cabe salientar que a presença da doula é quase imprescindível nessa forma de nascimento, e muitas vezes já está junto da equipe.
Não vou entrar no mérito, mas cabe destacar, que o parto domiciliar também é realizado por parteiras tradicionais, que atualmente, passam por treinamentos para aumentar a segurança no cuidado perinatal, mas que não deixe suas tradições de lado!


Para finalizar, concluo deixando o referencial do Ministério da Saúde de 1996 sobre Maternidade Segura, o qual aponta que o melhor lugar e o mais seguro para o nascimento do bebê, e aquele em que a mulher se sente bem, e que foi de sua escolha. Frente à isso, algumas preferiram seu domicílio, algumas o hospital, outras casas de partos, basta conhecermos nossas possibilidades e a segurança aumenta.



Independente do ambiente, precisamos escutar mais nosso interior, nossos desejos, nossos pensamentos e nessa atmosfera decidir qual o melhor ambiente para parir, mas não devemos nos esquecer que o lar é um ambiente permitido, desde que planejado!

Por isso, lembre-se:



Grande beijo, desfrutem de mais um post escrito com amor e muito carinho às mamães, aos papais, às mulheres e aos homens que simpatizam com essa nova forma de cuidado.

Para maiores informações, contatos e sugestões de temas, basta entrar em contato pelos endereços:

Um comentário:

  1. Olá querida!

    Muito esclarecedora a sua postagem, pois evidencia a importância da mulher de ter escolhas de locais de parturição.
    Como já é sabido as equipes que atendem partos domiciliares sempre estão em constante treinamento e se aperfeiçoando para melhorar sempre a sua forma de atendimento.
    Acho válido ainda salientar que as equipes de partos domiciliares estão sempre munidas de diversos equipamentos para promover atendimentos emergenciais tanto para mãe e bebê e é justamente por ser uma opção segura que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda este local de parto.

    Um grande beijo e continue com este blog lindo e mega informativo !

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